Teologia no Século XXI – Mão-de-obra Qualificada

Chamado ministerial e boa intenção já não são suficientes, a igreja de Cristo necessita de mão-de-obra qualificada, termo muito usado no meio secular que vem a cada dia aumentando seu grau de importância no meio eclesiástico. Pessoas fundamentadas teologicamente, conhecedoras do Deus que servem, dos seus mandamentos, estatutos, planos e promessas, aptas a trabalharem com vidas, trabalho este que interfere em pontos de suma importância, como por exemplo, a salvação onde o que está em jogo é a eternidade dentro ou fora da presença de Deus.

A teologia do Século XXI precisa atuar fortemente no resgate dos seus valores, valores estes que são verdades absolutas da palavra de Deus, mas que no mundo pós-moderno vem sendo relativisados e reputados ao segundo plano, onde discursos e pregações procuram apenas manobrar os seus ouvintes para o que de alguma forma foi “sentido no coração”.

A palavra de Deus nos alerta dizendo “enganoso é o coração do homem” mesmo assim carisma, eloqüência e boa aparência continuam sendo para muitas pessoas, as únicas características levadas em consideração, para o reconhecimento de “um homem ou uma mulher de Deus”.

O conhecimento do país, do estado, da região onde se pretende propagar a mensagem do Reino de Deus é indispensável, o solo deve ser avaliado e preparado para que possamos lançar a semente, esta deve ser lançada com objetivo claro e abrangente. Não podemos ficar a mercê de modelos pré-fabricados no vasto mercado religioso, modelos que deram muito certo em países estrangeiros podem dar muito errado em nosso país e vice-versa. O servir deve ser realizado com muita prudência, atitudes que são muito bem aceitas em determinados locais podem ser muito mal vistas em outros lugares.

Solidariedade, humildade, viver pela fé, qualidades como estas precisam ser buscadas por aqueles que se candidatam a aprender teologia no século XXI, o período em que vivemos parece estar abastado de pessoas bem preparadas, de pessoas prontas para liderarem e prontas para exercerem a obra ministerial, porém isto é apenas uma ilusão, uma inversão da realidade, este sentimento tem sido causado por pessoas que já não se contentam em serem “pastores” e muito menos “servos”, a moda agora é ser “bispo” ou “apóstolo”, assim é mais fácil causar impacto com as palavras e direcionar o povo a um mesmo sentido.

A existência de títulos como esses remetem certas denominações a criarem verdadeiros “Papas”, o que acaba sutilmente induzindo o povo a adorar mais a criatura do que o Criador, esta visão hierárquica deve ser substituída pelo simples amor em servir com qualidade.

A seara é realmente grande, os obreiros continuam sendo poucos, os bem preparados formam um número menor ainda, esta situação pode ser mudada, devemos orar ao Senhor da seara para que Ele envie mais obreiros, para que estes entendam a necessidade de se preparar para fazer a boa obra, para que existam a cada dia mais instituições idôneas que ensinem uma teologia fundamentada nos valores de Deus e que se aplique a realidade que temos visto no século XXI. Cabe a nós entender que o fato de não orarmos ao Senhor da seara implica diretamente em vidas que não terão a chance de conhecer ao Senhor, de serem evangelizadas, discipuladas e desenvolverem um chamado ministerial.

É possível sim vislumbrar esta mudança! Ela deve começar em cada um de nós, que temos visto e crido que Ele é o Cristo o filho do Deus vivente.

Rodrigo Silva
15/01/2007